José Luiz Tahan é um livreiro da cidade de Santos. Ele está à frente da Realejo, livraria localizada na cidade do litoral paulista. Ao longo de 32 anos de profissão, ele colecionou histórias. Muitas delas José Luiz Tahan viu acontecer quando estava atrás do balcão da sua livraria. Agora, ele resolveu reunir alguns destes causos no livro Um Intrépido livreiro nos trópicos: crônicas, causos e resmungos (Vento Leste Editora, 408 pp, R$ 70). O livro marca a sua estreia como autor.
No livro, José Luiz Tahan se mantém fiel à premissa de que a reputação de um livreiro é definida a partir da relação de confiança construída com seus leitores. Como cronista, ele é atento à realidade e às nuances que o cercam. Entre conversas, cafés e intensas troca de ideias, os personagens de seus textos alternam-se como interlocutores em passagens marcantes, curiosas e, algumas vezes, reflexivas.
“Quando comecei a escrever pequenos artigos, sempre olhando a vida e os leitores da visão do meu balcão de uma livraria de rua, nunca teria imaginado que iriam virar uma coletânea para um livro meu. Fui usando a escrita para contar histórias, para me divertir e para expor muitas vezes a fragilidade de quem vive num comércio como uma livraria. O livro é fruto dessas vivências”, comenta José Luiz Tahan.
A obra divide-se em blocos, que incluem bastidores de seu convívio com escritores e escritoras, situações inusitadas com clientes anônimos e artigos que versam sobre seu trabalho e o papel das livrarias de rua. Com uma escrita provocadora, que transita entre a observação, a autocrítica e o humor, o autor reflete sobre “como ser um livreiro num país tropical, quente, desigual e cheio de incoerências e dificuldades como é o nosso”.
