O Festival de Quadrinhos de Angoulême, na França, um dos mais importantes do segmento no mundo, pode não acontecer em 2026. A edição, prevista para o fim de janeiro do ano que vem, está por um fio desde que o governo francês suspendeu verbas por suspeitas de má gestão financeira e quadrinistas de todo o mundo decidiram boicotar o evento por denúncias de violência sexista e sexual por parte da direção.
A 9e Art+, organizadora do festival, é acusada de explorar trabalhadores que são mal remunerados; de invisibilizar mulheres e até o caso de um estupro foi denunciado por uma funcionária.
Um abaixo-assinado já recolheu mais de 2,5 mil assinaturas, incluindo a de três brasileiros: Laerte Coutinho, Allan Sieber e Aline Zouvi. A petição é assinada ainda coletivamente por associações e sindicatos que representam ilustradores, roteiristas e demais trabalhadores do setor.
No último dia 10, 20 ganhadores do Grande Prêmio do Festival assinaram conjuntamente uma carta aberta exigindo uma “mudança rápida e profunda na gestão do festival”.
Como resultado, o comitê gestor do Festival afastou o 9e Art+ e um novo comitê diretivo será formado por representantes do próprio festival, financiadores públicos e profissionais do setor. No entanto, estas medidas só afetarão a edição de 2028.
Por enquanto, a realização da edição de 2026 segue na berlinda.



