Nesta semana, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) divulgou os resultados de um estudo que consolida os dados de empregos gerados pelo mercado editorial e livreiro amplo no Brasil. O estudo foi encomendado à consultoria AVRI e foi feito a partir de dados oficiais e públicos da Receita Federal, Ministério de Trabalho, IBGE e do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC). Para o estudo, foram consideradas empresas registradas na Receita Federal como editoras de livros, livrarias, distribuidoras e gráficas.
O resultado é que as 54 mil empresas deste setor editorial e livreiro amplo geraram 70 mil empregos diretos e houve um crescimento entre 2024 e 2025. No ano passado, usando as mesmas fontes de dados, o país registrava 51 mil empresas nos ramos pesquisados.
Os dados demonstram que, desse total, 59% de empresários individuais, 40% empresas privadas e 1% organizações sem fins lucrativos. Em relação ao porte, o setor é predominantemente formado por microempresas (83%), seguido por empresas médias e grandes (9%) e de pequeno porte (8%).
“Este é um estudo inédito e fundamental para compreendermos a real dimensão do setor do livro no Brasil. Pela primeira vez, reunimos dados que mostram o tamanho do nosso setor. Esse diagnóstico nos dá base para avançar em políticas públicas, fortalecer nossos profissionais e ampliar o acesso ao livro em todo o país. É um passo importante para o futuro que queremos construir para o setor e para a sociedade”, declarou Sevani Matos, presidente da CBL, em um comunicado enviado à imprensa.
O comércio varejista de livros é o segmento que mais gera empregos no setor, com forte concentração na região Sudeste, responsável por 56% dos postos de trabalho. Já o comércio atacadista apresenta uma distribuição mais equilibrada pelo país, com estabelecimentos localizados principalmente em centros de distribuição regionais, com destaque para as capitais das regiões Sudeste, Nordeste e Sul.
A edição de livros reúne o maior número de estabelecimentos do setor, marcada pela predominância de empresários individuais, que representam 77% do total. A edição integrada de livros, por sua vez, é mais concentrada em localidades específicas nas cinco regiões brasileiras, atuando de forma complementar aos demais segmentos, especialmente no Sudeste.
A impressão de livros é o segmento com maior média de empregos por empresa, alcançando nove postos de trabalho por estabelecimento, novamente com destaque para as regiões Sudeste e Sul.
Em 2025, o estudo aponta uma forte presença territorial: 2.495 municípios brasileiros contam com pelo menos uma empresa ligada ao livro, evidenciando sua capilaridade e relevância nacional.
Em relação ao emprego, os dados mostram estabilidade entre 2022 e 2024, com leve alta de 1%, impulsionado sobretudo pelo segmento de impressão, que apresenta a maior média de empregos por empresa. Quando consideradas apenas as empresas ativas em 2025, o estudo revela um crescimento ainda mais significativo: 12% de aumento no número de empregos, evidenciando um setor que se mantém estável mesmo em cenários desafiadores.
Livrarias e desenvolvimento sustentável
O estudo também analisou a relação entre a presença do comércio varejista de livros e os indicadores de desenvolvimento das cidades. Entre os 1.830 municípios que possuem livrarias, o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC) é 3% superior à média nacional. Esse dado reforça que a existência de livrarias e pontos de circulação de livros está associada a melhores condições sociais, educacionais e culturais.
O estudo completo já está disponível clicando aqui.



