Um debate surgiu no meio editorial desde que a escritora Ana Maria Machado questionou o uso do shrink, o plástico que envolve os livros. O uso é feito a pedido de boa parte das varejistas com o objetivo de proteger o produto de intempéries, poeira e, sobretudo, do manuseio.
A constatação da imortal da Academia Brasileira de Letras rendeu uma campanha que foi encabeçada por ela e por nomes como Chico Buarque e Fernanda Montenegro.
A notícia agora é que o senador Randolfe Rodrigues vai apresentar um projeto que proíbe o uso de plástico na embalagem de livros. A ideia é preservar o meio ambiente. De acordo com o escritor e agitador cultural Afonso Borges, que deu o pontapé inicial na campanha, o Brasil deve gastar entre 360 e 700 toneladas de plástico por ano com o invólucro descartável, impossível de ser reutilizado e difícil de ser reciclado.
Alternativas são estudadas pelos fabricantes há alguns anos. A Suzano, fabricante de papel, já estudava uma possibilidade feita a partir da celulose, que deve ganhar força agora.
Nesta sexta-feira, 21, dentro da programação da COP30 em Belém, será lançado o livro Menos1Lixo para uma vida mais saudável, de Fe Cortez e Wagner Andrade. O livro chegará às mãos dos leitores já usando uma capa especial feita de celulose, que é biodegradável.
Greenpublishing e o Nespe
O fim do shrink de plástico é um dos temas de uma agenda maior chamada Greenpublishing que foi apresentada ao público brasileiro aqui pelo Nespe. Em uma entrevista em maio de 2022, Marifé Boix Garcia, vice-presidente da Feira do Livro de Frankfurt nos falou sobre a agenda. “Não precisamos envolver todos os livros em plástico, por exemplo. Além disso, precisamos repensar o transporte e as tiragens. Imprimir livros para depois destruí-los não faz mais sentido”, disse a executiva. A entrevista completa pode ser lida aqui.



