No meio do século 19, desembarcava no Brasil Francisco Alves de Oliveira, um português que faria história do lado de cá do Atlântico. Ele foi o fundador da Francisco Alves, uma das editoras mais longevas no Brasil.
O fim do Império (1889) e a alta da economia cafeeira formavam o cenário ideal para os seus feitos. Neste período, o Brasil passou a investir em Educação. Só para ilustrar, entre 1888 e 1907, o número de matriculados na educação primária cresceu 147%. O orçamento do estado de São Paulo com educação dobrou entre 1888 e 1893.
Instalada no Rio de Janeiro, a Francisco Alves foi a pioneira na produção de livros didáticos no país. Como toda pioneira, praticamente monopolizou o segmento até meados da década de 1890. Cresceu a olhos vistos e teve vida longuíssima.
O título Rei do Livro – Francisco Alves na História do Livro e da Leitura no Brasil (352 pp, R$ 50,00), organizado pelo professor Aníbal Bragança (1944 – 2022), reúne artigos de diversos autores do campo multidisciplinar da história do livro, da leitura e da edição.
Juntos, estes textos revelam a história da livraria-editora e a importância de sua presença na vida literária e educacional de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, contribuindo para a formação da cultura letrada brasileira.
Além disso, traz análises de publicações de sucesso e ampla iconografia, como capas, anúncios e documentos, no caderno intitulado Francisco Alves em Imagens.
Com foco na atuação do livreiro-editor Francisco Alves de Oliveira, a obra também aborda as práticas editoriais, em particular no que se refere aos direitos autorais e relação com os autores, deste homem que chegou a receber o epíteto de Rei do Livro.